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Reciclando o lixo eletrônico: como a Vivo coloca em prática sua estratégia de logística reversa

Postado 14/06/2023

Com empresa parceira na reciclagem e investimento na conscientização dos consumidores, Vivo já transformou mais de 5,2 milhões de itens de resíduos eletrônicos em matéria-prima para a indústria

Primeira empresa do setor no Brasil a oferecer o serviço de recolhimento e reciclagem de lixo eletrônico, a Vivo tem conseguido expandir suas iniciativas mesmo num cenário desafiador para a reciclagem. Em 2022 foram 50 mil itens recolhidos em programa com o consumidor. Juntos, esses itens somaram 11,3 toneladas de resíduos, entre smartphones, tablets, fones de ouvido, pilhas e baterias, um volume 22% maior que no ano anterior. 

Embora venha colhendo bons resultados, a empresa sabe que ainda há muito trabalho a fazer. É preciso aumentar a conscientização dos consumidores sobre a importância de descartar corretamente os eletrônicos, além expandir a rede de coleta num território tão extenso como o do Brasil.

Ainda assim, desde 2006, quando começou a adotar uma estratégia de economia circular com o programa Vivo Recicle, antes chamado de Recicle com a Vivo, a empresa coleciona números vistosos: já foram recolhidos 5,2 milhões de itens, o equivalente a 139 toneladas de lixo eletrônico reciclado. Após o processamento, estes itens voltam para a cadeia produtiva sob forma de matéria-prima. 

Um passo à frente

A Vivo deu início a seus projetos de economia circular mesmo antes de o país sancionar, em 2010, uma Política Nacional de Resíduos Sólidos. A política definiu o princípio da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, entre fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores.

A partir das discussões para a elaboração do acordo setorial assinado no final de 2019, estabeleceu-se entre outras metas, a de se alcançar uma taxa de 17% de reciclagem de lixo eletrônico no Brasil até 2025, demandando uma ação conjunta entre todos os atores da cadeia. 

“Quando o Decreto foi promulgado, em 2020, já estávamos um passo à frente trabalhando a comunicação junto a nossos colaboradores e consumidores, o que nos permitiu mais do que dobrar o resultado do programa Vivo Recicle nos últimos quatro anos”, diz Ana Letícia Senatore, gerente de sustentabilidade da empresa. 

Segundo a executiva, o total de lixo eletrônico coletado em 2022 superou a meta estabelecida para o ano, de 10 toneladas de resíduos. 

Da gaveta para a reciclagem

Três a cada cinco brasileiros têm lixo eletrônico guardado em casa: são celulares antigos, tablets, carregadores, cabos, periféricos de informática e até computadores esperando nas gavetas para serem descartados da maneira correta, revelou uma pesquisa realizada no ano passado pelo V.Trends, hub de pesquisa da Vivo. 

A principal barreira para o descarte é a falta de pontos de coleta perto de casa, segundo 61% das pessoas entrevistadas. O segundo motivo, para 44% dos entrevistados, é a carência de informações sobre como destinar os resíduos da forma correta. 

“No dia a dia, vemos que há interesse e a consciência de parte dos consumidores em não descartar seus eletrônicos no lixo comum, mas falta chegar a informação de qual seria então o procedimento correto a fazer”, diz Senatore.

Considerado o quinto maior produtor mundial de lixo eletrônico, o Brasil descartou 2,5 milhões de toneladas em 2022, segundo estimativa da ONU.

Hoje a Vivo possui postos de coleta de resíduos eletroeletrônicos em suas 1,8 mil lojas em todo o país e tem focado em comunicar sobre a necessidade da reciclagem tanto no ponto de venda quanto em campanhas na mídia e nas redes sociais. 

E quer impactar também quem não é seu cliente e fazer com que um maior número de consumidores descarte o lixo eletrônico em suas caixas coletoras.

“Como empresa de tecnologia que leva conectividade para milhões de brasileiros, assumimos o desafio de sensibilizar um número cada vez maior de consumidores sobre a importância de descartar adequadamente seus eletrônicos”, diz Senatore. 

A ação mais recente, detalha a executiva, foi uma cena de novela exibida em horário nobre. Em conteúdo interpretado por personagens da trama, foi abordada a importância e o impacto da reciclagem do lixo eletrônico. 

A sensibilização do consumidor passa, ainda, por aspectos educacionais. Por isso, uma das estratégias empregadas pelo Vivo Recicle é a mobilização de escolas em gincanas e mutirões de arrecadação de lixo eletrônico. 

Em 2022, a empresa iniciou um piloto com cinco escolas públicas da capital paulista. O programa, realizado em conjunto com o Instituto Limpa Brasil, capacitou jovens para a temática, mobilizou os estudantes em uma gincana intersalas e premiou a turma com a maior pontuação em peso de resíduos coletados. 

A ação envolveu 2,7 mil alunos que arrecadaram 5,1 toneladas de resíduos, incluindo pilhas, cabos, celulares, carregadores e outros equipamentos sem uso.

O resultado foi tão positivo que a Vivo estuda, para este ano, expandir o programa para outras escolas de São Paulo e também para o Rio de Janeiro e Recife.

Como a Vivo recicla

Vencido o desafio de recolher essa montanha de lixo eletrônico, entra em cena uma outra empresa, a GM&C. A Vivo optou por concentrar toda a operação de reciclagem em um único parceiro. 

Especializada em logística reversa e reciclagem de equipamentos eletroeletrônicos é a GM&C quem coleta, transporta, armazena, separa os diferentes materiais – metais ferrosos, não ferrosos, baterias, vidros, plásticos, entre outros – e realiza a reciclagem. 

Nesta última etapa, os materiais são transformados em matérias-primas e podem ser reutilizados pela indústria. O que não pode ser reaproveitado vira fonte de energia. 

Cada um dos itens deve ir para um tipo de indústria e, para sua correta destinação, a GM&C contrata empresas especializadas, em processos que são auditados e homologados em atendimento à legislação ambiental. 

Os diferentes tipos de plástico, por exemplo, saem da fábrica da GM&C, em São José dos Campos, no interior paulista, em qualidade ideal para serem transformados em matéria-prima novamente. 

São vendidos para empresas que produzem itens de plástico (como molduras, réguas, cabides) ou voltam como componente na indústria de eletroeletrônicos e automobilística.

Grafite e cobalto, presentes nas baterias de lítio de celulares e tablets, voltam à produção de baterias por meio de empresas que recuperam os materiais e os revendem à indústria.

Acessórios como fones e carregadores possuem cobre. Esse cobre recuperado pode ser utilizado na produção de novos fios e cabos. 

Já a sucata que contém ferro é fundida a uma temperatura aproximada de 1.700 ºC e transformada em aço novamente pela indústria siderúrgica. 

Depois, no processo de laminação, o aço é transformado nos mais variados tipos de produto: vergalhões, barras, perfis e fios para produção de arame, os quais são vendidos para indústrias e construção civil.

Segunda chance

A reciclagem é um dos pilares da economia circular, mas não o único. Uma etapa anterior à de promover o retorno dos materiais à cadeia produtiva é retardar seu descarte. 

No caso dos modens e decodificadores, utilizados nos serviços de banda larga e TV, a Vivo mantém um programa de logística reversa onde clientes podem agendar a retirada do equipamento fora de uso em sua residência ou devolver em uma loja Vivo.

Os equipamentos passam por uma avaliação minuciosa e são recondicionados. Nos últimos sete anos, a Vivo recuperou mais de 8,5 milhões modens e decodificadores. Só em 2022, 1,2 milhão de equipamentos tiveram sua vida útil prolongada, retornando à casa dos clientes em perfeitas condições de uso. 

No caso dos smartphones, o consumidor que decidir trocar seu aparelho usado por um modelo mais novo, pode fazer a troca no programa Vivo Renova, em que o celular é aceito na troca mediante desconto.

Em 2022, foram aproximadamente 124,8 mil celulares reutilizados no programa. Ou seja, o equivalente a 21,7 toneladas de equipamentos tiveram sua vida útil estendida.

Os aparelhos antigos são colocados à venda na plataforma da Trocafone, startup parceira do programa e especializada na compra e venda de aparelhos de segunda mão em perfeitas condições de uso. 

“A economia circular não visa só estimular a reciclagem, mas também manter os produtos em circulação por mais tempo, o que ajuda a reduzir a necessidade de extração de recursos naturais finitos que são utilizados pela indústria”, explica Senatore. 

Desafios 

Embora os programas da empresa estejam mostrando bons resultados, naturalmente ainda há desafios a serem vencidos, como a falta de estruturas eficientes de coleta seletiva e reciclagem, apesar da boa legislação.

Outro obstáculo é a ampla extensão do território nacional, questão que a capilaridade da empresa, que tem mais de 1,8 mil lojas em todo o país, ajuda a combater. Tudo isso se soma à necessidade de conhecimento e engajamento do consumidor para o descarte correto do lixo eletrônico.

“Esses são desafios que tornam difícil prever o quanto de material será coletado ano a ano. Por outro lado, os resultados que temos obtido, somados à longevidade de nossos programas de economia circular, mostram que estamos começando a impulsionar um tema que traz benefícios para toda a sociedade”, afirma Senatore.

 

FONTE: www.capitalreset.com

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