Negociação de certificados de energia renovável bate recorde no Brasil
Postado 21/03/2024
Brasil se consolida um dos três maiores mercados no mundo para I-RECs.A negociação de I-RECs, certificados que comprovam que a energia elétrica consumida é proveniente de uma fonte de energia renovável, foi recorde no Brasil em 2023.
Ao longo do ano passado foram negociados 37,8 milhões de I-RECs no país, um volume cerca de 75% superior aos 21,8 milhões registrados em 2022, segundo dados do Instituto Totum, responsável pela emissão local dos certificados. A alta é ainda maior, se considerados os dados apurados em 2021, quando foram negociados 9,2 milhões de certificados.
O país tem se consolidado como um dos três maiores mercados no mundo desses papéis e a tendência é que esse movimento se intensifique já que a quantidade transacionada no Brasil ainda é muito inferior à registrada nos Estados Unidos e na Europa.
Para 2024, estima-se que a negociação atinja 60 milhões de certificados de energia renovável.
Nos mercados americano e europeu, que adotam sistemas próprios de certificação, as transações oscilam de 500 milhões a 600 milhões de certificados por ano.
Atestar a origem da energia ganha importância em um momento em que muitas empresas têm buscado quantificar e reduzir sua pegada de carbono. A 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), realizada em dezembro em Dubai, reforçou essa preocupação.
O que são I-RECs?
O I-REC – International Renewable Energy Certificate – é um sistema de certificação utilizado para rastrear e verificar a produção e o consumo de energia renovável em todo o mundo.
Funciona através da atribuição de certificados para cada megawatt-hora (MWh) de eletricidade gerada por fontes renováveis: hídrica, eólica, solar ou biomassa. No Brasil, a entidade responsável por cumprir a governança do sistema I-REC é o Instituto Totum.
Quando a energia renovável é consumida, o certificado correspondente é baixado do sistema, garantindo que a mesma quantidade de energia declarada como renovável seja efetivamente utilizada. Isso ajuda a evitar a dupla contagem e garante transparência e confiabilidade no mercado de energia renovável.
A importância do I-REC
As principais interessadas em adquiri-los são as empresas que os utilizam para “limpar” seu consumo de eletricidade e neutralizar emissões de escopo 2 (indiretas, pelo consumo de energia).
Para apoiar seus clientes na jornada de descarbonização, a ENGIE tem simplificado o processo de aquisição dos I-RECs.
A digitalização da compra de I-REC no Energy Place, plataforma digital de comercialização e relacionamento desenvolvida pela ENGIE, é uma das formas para facilitar o acesso a esse instrumento para pequenas e médias empresas.
De forma 100% digital e ao alcance de alguns cliques, o interessado pode adquirir os certificados comprovando que a eletricidade consumida provém de fontes renováveis de energia, como eólica, solar, hidrelétrica ou biomassa. Assim, quem adquire os papéis pode neutralizar as emissões de escopo 2 do Inventário de Gases de Efeito Estufa.
Para a compra digital de I-REC, basta fazer um cadastro simples no Energy Place e ter em mãos os dados de consumo de energia para solicitar o orçamento. A plataforma foi pensada para garantir segurança, agilidade e confiabilidade das negociações e fechamentos.
A conta é simples: cada I-REC equivale a 1 MWh de energia gerada e consumida e é emitido a partir da certificação da usina geradora. Além dos I-RECs, a ENGIE disponibiliza para seus clientes os ENGIE-RECs, por meio dos quais os clientes já têm na contratação a declaração da origem da energia renovável. Essa contratação também permite que o cliente apoie, indiretamente, os projetos sociais da Companhia naquela região.
O Conjunto Eólico Trairi, por exemplo, contribui com sete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, com apoio a iniciativas de responsabilidade social e conservação ambiental. A ENGIE apoiou a construção do Centro de Triagem de Resíduos Recicláveis, com o objetivo de garantir o destino correto ao lixo reciclável do município, beneficiando a comunidade e o meio ambiente. Foram entregues também mobiliário, equipamentos médicos e odontológicos para o município de Trairi, 25 pessoas da comunidade receberam qualificação para fazer renda de bilro para valorização da cultura local com geração de renda, e 30 mil mudas de espécies nativas foram plantadas, entre outras ações.
Compensando emissões
Na jornada de descarbonização, outro produto oferecido pela ENGIE são os créditos de carbono, que contribuem para compensar as emissões oriundas dos escopos 1, 2 e 3 que não puderam ser evitadas.
No caso de fontes de energia renovável, como a geração solar ou eólica, os créditos de carbono são gerados a partir do cálculo do total das emissões de CO2 evitadas em comparação com a geração a diesel ou carvão, por exemplo. A emissão de créditos de carbono segue padrões e certificações reconhecidas internacionalmente.
FONTE: www.capitalreset.com.br
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