Mais de 300 negócios globais vão incluir a natureza no balanço
Postado 31/01/2024
Um novo padrão de divulgações financeiras que pretende medir o impacto – positivo ou negativo – da natureza nos negócios começa a ser adotado na prática.
Um grupo de 320 companhias e instituições financeiras de 46 países se comprometeu a publicar reportes específicos usando os parâmetros definidos pela Task force on Nature-related Financial Disclosures (TNFD).
A ideia central desses relatos é muito semelhante à das divulgações relacionadas ao clima – que em muitas jurisdições vêm se tornando obrigatórias para empresas de capital aberto.
As companhias abertas e instituições financeiras que fazem parte da leva inicial representam US$ 4 trilhões em valor de mercado e US$ 14 trilhões em ativos sob gestão, respectivamente.
Elas se comprometeram a fazer as divulgações iniciais relativas aos anos fiscais de 2023, 2024 ou 2025.
Do Brasil, fazem parte da lista o banco BTG Pactual e a gestora JGP, as empresas Natura, Suzano, Telefonica e Vale e as fornecedoras de informações de mercado Green Initiative International e Rever Consulting
Do lado das finanças globais, aderiram nomes de peso, como o NBIM, o fundo soberano da Noruega, que é o maior investidor em ações do mundo, e bancos como Bank of America, Standard Chartered, UBS e Crédit Agricole.
A lista também inclui corporações globais como Carrefour, Enel, Japan Airlines, LVMH e Sony.
“Com as divulgações climáticas chegando ao mainstream por meio dos ISSB, este é um sinal claro de que investidores, credores, seguradoras e empresas reconhecem que seus modelos de negócio e portfólios são altamente dependentes da natureza”, afirmou em nota David Craig, co-presidente da TNFD.
O Fórum Econômico Mundial estima que metade do PIB global depende de alguma maneira dos recursos naturais.
O padrão
A TNFD se espelhou no trabalho da TCFD, que elaborou um padrão para divulgações climáticas. O trabalho foi iniciado em meados de 2021 e concluído em setembro passado.
Os assuntos relacionados à mudança do clima costumam ser reduzidos a um indicador único: as toneladas de CO2 ou o equivalente em outros gases de efeito estufa.
No caso da TNFD, a ideia é medir toda a natureza, da perda de biodiversidade à escassez de água. Foram identificados 3 mil possíveis métricas, das quais 14 foram selecionadas.
FONTE: www.capitalreset.com.br
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