ENGENHARIA PARA O BEM
Postado 03/03/2020
As profissões da área tecnológica têm como uma das principais características melhorar a qualidade de vida das pessoas. Em países marcados pela desigualdade social, como o Brasil, onde, segundo o IBGE, 54,8 milhões de pessoas vivem na linha da pobreza, os Engenheiros e as Engenheiras podem ir além, mudando a vida de quem, normalmente, não teria acesso a esses serviços. Existem experiências que mostram que o conhecimento técnico pode ajudar a quem mais precisa dele.
Em São Paulo, o Eng. Civil Matheus Cardoso e dois sócios criou a startup Moradigna, que oferece pacotes para reformar casas com qualidade, segurança, facilidade de pagamento e baixo custo. A empresa conta com uma equipe de 5 pessoas e realizam em torno de 15 reformas por mês, que duram em média 6 dias. O faturamento bateu 1 milhão em 2018, seguindo os exemplos de outras startups. O acesso ao crédito aos seus clientes, população de baixa renda, se dá de forma diferenciada, por empresas parceiras, que realizam toda a análise de potenciais clientes, ficando a dívida entre o morador e a financeira, tendo taxas de aprovação maiores que as tradicionais dos bancos. A Moradigna pretende expandir suas atividades para o Rio de Janeiro. As reformas mudaram as vidas de várias pessoas como um pai de família que consegue tomar banho quente para ir trabalhar e crianças que passaram a estudar em ambientes com luminosidade adequada em casa, relata o Eng. Civl Matheus Cardoso.
Também há o Engenheiros sem Fronteiras (ESF), que foi fundado na França, nos anos 80, e que hoje atual em 65 países com mais de 150 mil membros. No Brasil, O ESF chegou em 2010. O ESF é formado por estudantes (60%) e profissionais (40%) com o objetivo de impactar a sociedade por meio da Engenharia, educação, sustentabilidade e voluntariado. Já foram realizados, desde 2010, cerca de 500 projetos e mais de 60 mil beneficiários. Em Porto Alegre, o ESF atua em comunidades carentes, como o Morro da Cruz, Vila Planetário e bairro Sarandi. Entre os projetos já realizados estão a instalação elétrica de uma escola infantil na Vila São Pedro, cobertura interna de duas casas no Morro da Cruz com caixas de leite, revitalização de uma praça e quadras esportivas da mesma comunidade. Está previsto m projeto ambiental no Morro da Cruz, buscando a conscientização do acondicionamento correto dos resíduos e colocação de lixeiras. As ações do ESF se dão por meio de arrecadação de verbas, parcerias e doações. O presidente do ESF no Brasil, Cleuller Camilo destaca que “foi um complemento incrível, me ajudou a ver uma Engenharia não aprendida dentro de sala e que realmente desenvolve, mas que se importa com o ambiente que está inserido; inova, mas consulta quem a usará e traz soluções através de um trabalho em conjunto com as comunidades que nos inserimos. Não é ser somente voluntário, é trazer toda essa causa e olhar popular e social para uma área que ainda precisa aprender e evoluir junto com as pessoas e ambiente.”
Também há um projeto piloto do Rotary Clube de plantar hortas orgânicas nos pátios da escolas municipais e estaduais, conduzido pelo Eng. Agrônomo Arcângelo Mondardo. O projeto da horta apoia-se em 4 eixos: uso de garrafas pets nos canteiros (reciclagem); a horta propriamente dita; a composteira, onde os próprios alunos despejam os resíduos orgânicos; e a caixa d’água da chuva, que armazenada, é utilizada para rega das plantas. Projetos como este motivam crianças a cuidar do meio ambiente, além do aprendizado que proporciona.
Vamos fazer a nossa parte e ser a mudança que queremos ver no mundo.
Fonte: Conselho em Revista – CREA-RS #131
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