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Empresas sustentáveis podem ter incentivo em financiamento

Postado 06/09/2016

Os empreendimentos que adotam práticas de sustentabilidade em seus próprios negócios e na preservação do meio ambiente podem ganhar incentivo na concessão de financiamentos. Foi o que defendeu o presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Guilherme Afif Domingos, após a entrega, no dia 6 de agosto em Brasília, de certificação internacional ao Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), instalado em Mato Grosso.

Em entrevista depois da cerimônia, Afif disse que um incentivo em reconhecimento à sustentabilidade poderá ser criado no Fampe, fundo de aval da instituição para pequenos negócios.

“Portanto, agora, nós temos agora que colocar a sustentabilidade como base dos negócios. Ela [a empresa] terá um incentivo, se usar práticas sustentáveis. Então, é assim que a gente vai botando uma cenourinha na frente, e a turma vai correndo atrás”, projetou. E sintetizou: “Um negócio com sustentabilidade é o futuro”.

Antes da entrevista, o presidente do Sebrae havia destacado na cerimônia a presença de Ilton Schwaab, representante do Banco do Brasil no Conselho Deliberativo Nacional da instituição.

“A sua presença é importante para saber que, na hora de dar dinheiro pelo Banco do Brasil, a sustentabilidade pode ser algo que ajude a reduzir as taxas de juros”, recomendou.

Prédio inaugurado em 2010 é a referência do Sistema Sebrae em termos de sustentabilidade para pequenos negócios / Foto: Wander Lima (ASN)

O CCS é a unidade de referência nacional do Sebrae para a produção e difusão de conhecimento sobre sustentabilidade para os pequenos negócios. Inaugurado em 2010 em Cuiabá (MT), o edifício conquistou a mais importante certificação internacional para construções sustentáveis.

Com o reconhecimento, o Centro se tornou o primeiro prédio da América Latina a receber o certificado de classificação “Excelente” do Building Establishment Environmental Assessment Method (BREEAM) In-Use, da BRE, certificadora do Reino Unido.

Veja a entrevista do presidente do Sebrae:

Com esse reconhecimento, o Sebrae assume uma liderança em sustentabilidade no Brasil hoje?
Guilherme Afif Domingos – Esse é um passo muito importante. É o reconhecimento do que foi feito em termos de investimento em material humano na prática de sustentabilidade ou de sustentabilidade na prática, o que foi a construção desse centro de referência nacional. E, na medida em que recebe o reconhecimento internacional como o primeiro edifício de excelência na América Latina em matéria de sustentabilidade, isso dá um impulso muito grande para nossa rede, que é imensa, para levarmos essa prática, dizendo que vale a pena investir, porque não há só o reconhecimento em prêmios, mas o reconhecimento em termos de crescimento de negócios. Um negócio com sustentabilidade é o futuro.

O Brasil assumiu, em relação a mudanças climáticas e outras pautas internacionais, compromissos importantes que precisam da colaboração das empresas, do setor produtivo. Não basta apenas governo para atingir essas metas. O senhor acredita que isso vai ajudar o País a atingir metas na área ambiental?

Guilherme Afif Domingos – Eu penso que vai responder, sim, com conhecimento, treinamento, com tecnologia. Portanto, plantada a semente da sustentabilidade na cabeça do empresário da micro e pequena empresa, ele vai desenvolver soluções que muitos  laboratórios não conseguiram chegar.

O senhor considera interessante aceitar esse desafio lançado pelo superintendente do Sebrae em Mato Grosso, José Guilherme  Barbosa Ribeiro, de fazer uma ampla mobilização nacional para inserir a questão da sustentabilidade nos pequenos negócios?

Guilherme Afif Domingos – É o dia a dia do Brasil. Como eu disse, o Brasil é a primeira nação de civilização no mundo tropical. Isso é deixar de ser extrativo para se transformar em produtivo com sustentabilidade, até porque nós temos a obrigação de preservar para continuar produzindo. Não é possível ser sustentabilidade contemplativa. É saber intervir na natureza para que ela possa produzir para o ser humano, produzir para a sociedade e continuar produzindo. Se você vai lá e preda, acabou e vai prejudicar outras gerações. Por isso, as práticas de conservação são as mais importantes.

Muitas vezes, quando se fala em terra improdutiva, eu falo que a pior terra improdutiva é aquela que não está preservada. Aquela que pelo menos não estiver sendo usada, ela não é terra improdutiva. Você não está estragando a natureza, mas, na hora em que vai intervir, você tem que saber a prática da sustentabilidade. Isso é para o micro, para o pequeno, para o médio e para o grande.

Agora, presidente, é possível sair daí um projeto nacional de sustentabilidade?

Guilherme Afif Domingos – Olha, esse projeto nacional já existe. É uma questão da difusão das práticas. Como eu disse, nós temos 109 técnicos de todo o Brasil, de cada estado brasileiro, de cada unidade do Sistema Sebrae, que estão interligados a esse centro de geração de práticas de sustentabilidade. Portanto, agora, nós temos que colocar a sustentabilidade como base dos negócios. Por exemplo, podemos criar um incentivo para uma empresa que vai buscar um financiamento com recursos do Fampe [Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas], do Sebrae. Ela terá um incentivo se ela usar práticas sustentáveis. Então, é assim que a gente vai botando uma cenourinha na frente, e a turma vai correndo atrás.

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