Glob Engenharia Ambiental - COMO SURFAR NA ONDA DA SUSTENTABILIDADE SEM SER ENGOLIDO POR ELA

COMO SURFAR NA ONDA DA SUSTENTABILIDADE SEM SER ENGOLIDO POR ELA

Postado 12/06/2017

Para que uma empresa seja verdadeiramente sustentável, transformar produtos e serviços em “verdes” pode ser o primeiro passo, mas não é suficiente. O estabelecimento de um ciclo contínuo de inovação em sua base é fundamental para lidar com desafios constantes como o aquecimento global, por exemplo. Desta forma, o conceito de sustentabilidade tem sido percebido como um “driver” para a transformação nas próprias organizações.

Mas, para surfar nessa onda e não ser engolido por ela, alguns desafios têm de ser superados.

Existem hoje milhares de estudos que avaliam a relação entre os impactos ambientais das empresas e os seus resultados financeiros entretanto, a sua maioria são estudos de casos pontuais ou apenas uma concepção teórica, o que leva ao questionamento se de fato, tal tecnologia ou inovação trará resultados positivos à sua empresa.

A pergunta aqui é, quando e até quanto compensa ser verde?

Em primeiro lugar, a diferença entre empresas de sucesso e outras mal-sucedidas em termos de sustentabilidade, está na interpretação das diferentes variáveis externas, por este motivo o conhecimento da ecologia industrial dos produtos e da análise do ciclo de vida dos processos é essencial. As estratégias de sustentabilidade, para serem efetivas, precisam ser bem escolhidas.

E em segundo, mas não menos importante, ao contrário do que a maioria dos empresários e CEOs imaginam, inovar em sustentabilidade está longe de ser algo somente ligado às novas tecnologias, mas sim no repensar a própria estrutura.

É preciso inovar!

Inovação pressupõe liberdade para experimentar, correr riscos e, possivelmente, perdas.

Inovar em sustentabilidade é entender a empresa de forma sistêmica gerando resultados positivos para si mesma e para sua circunvizinhança. A empresa deve se inserir no meio como um organismo vivo, interagindo com o local. Tecnologicamente, todas as soluções para os problemas ambientais já existem, bastam ser escolhidas e aplicadas de acordo com a situação.

Eu mesma já utilizei a famosa frase de Mahatma Gandhi,  para escrever sobre a mudança necessária no posicionamento ambiental tanto das empresas como de cada um de nós – “Seja a mudança que você deseja ver no mundo” – frase esta hoje  muito usada, pouco praticada, principalmente por empresas que foram construídas sob modelos antigos, onde o novo dificilmente encontra espaço.

Impulsionadas pela pressão exercida através de movimentos ambientais, legislações e sociedade em geral sobre a atitude das empresas em relação às questões socioambientais é possível perceber uma pequena evolução no cenário. Mas respostas reativas normalmente são caras e pouco efetivas.

As corporações dispõem de uma capacidade enorme de identificar possibilidades de inovação que nem academia nem governos possuem. Por isso, é necessário investimento para internalizar a sustentabilidade e inovar baseando-se nas oportunidades advindas da ascensão do tema.

Se você entende a necessidade de dar passos firmes, no longo prazo, então irá seguir o caminho da inovação sustentável.

Criar uma cultura voltada para a inovação não é um movimento simples – mas pode ser extremamente gratificante.

O grande desafio começa pela internalização do conceito, é preciso manter uma equipe engajada no tema e após ampliar o olhar, não somente para a inovação direta do seu produto, mas para a cadeia e para que a empresa se integre ao ecossistema ao redor.

Para se ter um ambiente propício engajado à inovação, alguns critérios devem integrar a gestão e o ambiente de negócios. Internamente, líderes com visão sistêmica, valorização dos colaboradores, tolerância à erros. Para atender a essas demandas, as organizações precisam avaliar suas práticas e sanar possíveis gaps.

Mudanças de paradigmas não podem ser superadas apenas com a evolução tecnológica.

Para que uma empresa implante uma cultura de inovação deve ter em prática uma gestão de risco de suas iniciativas e desenvolver estratégias de como mitigá-los. A taxa de erro é tanto mais alta quanto mais novo é o tema. E muitos produtos ou procedimentos desenvolvidos hoje podem não ter sucesso, também por questões externas, culturais.

No próximo artigo continuaremos esta discussão sobre inovação sustentável, inclusive trazendo casos de sucesso e as oportunidades de financiamentos verdes.

Artigo por: Renata Pifer
Engenheira Agrônoma, Mestre em Engenharia Sanitária, há 20 anos atuando como Palestrante e Consultora em Sustentabilidade e Gestão Ambiental em empresas públicas e privadas. Executive and Business Coach, Consultora e Analista Comportamental. Trainer.

Baixe Nosso Portfólio

Baixar Agora