ESG A NOVA CARA DA SUSTENTABILIDADE
Postado 02/02/2023
O termo ESG está ganhando cada vez mais ocupando importante destaque na mídia e na pauta das organizações e estratégias políticas. Mas afinal o que é ESG?
Qual a diferença para a tradicional sustentabilidade? ESG é uma sigla em inglês que quer dizer Environmental, Social and Governance, ou seja, Ambiental, Social e Governança. O termo foi cunhado em 2004 em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial.
Estas três perspectivas sempre foram tratadas pelas organizações. O tripé da sustentabilidade também já tem muito de ESG. Enquanto as dimensões social e ambiental se repetem, a dimensão econômica foi incorporada à dimensão governança, que é mais ampla e inclui as questões econômicas das organizações.
Lembrando que na dimensão econômica também fazia parte a governança das organizações. Sendo assim, concluímos que as atuais 3 dimensões do ESG estão totalmente alinhadas à sustentabilidade, que continua sendo nosso ideal e englobam os temas de responsabilidade social, ainda vigentes e muito úteis para diagnósticos completos de atuação ESG. Atualmente o conceito de ESG é mundialmente reconhecido e demonstra o engajamento da empresa com os aspectos ambientais, sociais e de governança do seu negócio. Diz respeito as relações da empresa, estabelecidas com seus funcionários e fornecedores, com a sociedade como um todo, com as minorias, com a diversidade, além das medidas adotadas para combater fraudes e corrupção, proteger e recuperar o meio ambiente, reduzindo os riscos da organização em gerar impactos adversos às partes interessadas e com isto afetar sua competitividade e reputação.
ESG é a indicação de solidez, custos mais baixos, melhor reputação e maior resiliência em meio às incertezas e vulnerabilidades. Há uma cobrança cada vez maior pela transparência e atuação responsável das organizações no que diz respeito as suas relações e envolvimento com a comunidade, consumidores, investidores, analistas financeiros e seus clientes.
O mercado está selecionando parceiros que tenham sustentabilidade na sua estratégia de longo prazo, garantia de que estão comprometidos com a melhoria das condições do planeta e das partes interessadas.
O investimento responsável tem a ver com buscar as empresas com maior chance de sobreviver ao longo do tempo, seja porque têm um modelo de negócio viável economicamente, sólido, além de políticas de controle dos riscos das mais diversas naturezas que podem destruí-las (como o trabalhista, o ambiental, de reputação, de custo de capital), seja pela capacidade de criar valor, de ganhar competitividade, crescer e, consequentemente, incrementar o retorno financeiro.
O fato é que propósito e lucro são indissociáveis. Os dados da B3 mostram que os investimentos socioambientais e de governança corporativa estão ligados a uma melhor performance financeira. Sabemos que investidores, cada vez mais, preocupam-se em direcionar seus investimentos a companhias com práticas ESG, mas não só. Consumidores, e não só mais jovens, também revelam uma forte tendência em investir, consumir ou até mesmo trabalhar em empresas sustentáveis. No Brasil alguns acontecimentos pressionaram as companhias a adotarem o ESG: pandemia, acidente da Vale em Brumadinho, incêndios na Amazônia, vazamentos de petróleo na costa.
É a busca pelo propósito, um olhar mais humano e consciente. Todas as partes interessadas estão mais atentas e exigentes em relação a uma maior performance socioambiental e de governança e, ainda, atrelada a melhores resultados financeiros.
Os líderes precisam conhecer os pontos fortes e fracos da gestão do ESG do seu negócio. Saber se a organização está aderindo a critérios ESG é o primeiro passo para a liderança que precisa ampliar o impacto desses compromissos. Segundo pesquisa realizada com executivos de indústrias brasileiras divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), seis em cada dez empresas têm uma área ou departamento dedicado ao tema. O número em 2022 quase dobrou em relação a 2021, quando 34% das indústrias no país afirmaram ter esse cuidado.
A proporção de empresários que disseram exigir certificados ambientais de fornecedores e parceiros na hora de fechar um contrato subiu de 26% (2021) para 45%(2022). Mais da metade (52%) das indústrias tiveram de comprovar ações ambientalmente sustentáveis na hora de assinarem contratos, contra 40% em 2021.
Conforme o levantamento, a relação com os consumidores explica, em parte, o aumento da consciência ambiental. De 2021 para 2022, subiu de 20% para 35% o número de empresários que acreditam que os consumidores atribuem peso alto ou muito alto a critérios ambientais na hora da compra. No entanto, apenas uma em cada dez empresas deixou de vender algum produto por não ter certificação ou deixar de seguir.
Em dezembro/2022 foi lançada oficialmente a “norma” ABNT PR 2030, uma Prática Recomendada, que pretende oferecer à sociedade brasileira, material orientativo sobre o tema Environmental (Ambiental), Social (Social) and Governance (Governança) – ESG, abordando a conceituação, orientações para incorporar o ESG na organização e disponibiliza modelo de avaliação e direcionamento a ser aplicado aos critérios ESG propostos. Esta PR leva o código 2030, fazendo conexão com a agenda 2030 dos ODS e da agenda ESG. É uma forma de valorizar estes compromissos e ao mesmo tempo ajudar as organizações a compreenderem melhor o tema e o colocarem em prática.
Com tudo isso, é possível afirmar que os investimentos migrarão para negócios sustentáveis. Quanto as empresas que ainda não iniciaram a caminhada da agenda ESG, um bom início seria entender o que já fazem em relação a agenda ESG e traçar sua estratégia a partir destes resultados, planejando para os próximos anos. Por isso é imprescindível iniciar sua jornada no tema ESG.
Por Global Engenharia Ambiental (artigo publicado na pagina do Sinduscon JP https://sindusconjp.com.br/3994-2/)
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